quarta-feira, 27 de abril de 2011

O precipício

Desde o começo eu sabia que trabalhar em casa não seria fácil.
Eu comecei esta empreitada no começo de março, sozinha, "trabalhando" e cuidando do Gu. Então o Carlos voltou de viagem, depois tirou férias e ficou com ele, enquanto eu trabalhava. Depois veio a babá, no começo de abril. E desde então, já se passaram três semanas.
Não sei se este tempo é pouco para chegar a uma conclusão, mas a minha avaliação até o momento, é de que não estou conseguindo me concentrar e o trabalho não rende.
Sempre começo o dia mais tarde do que se estivesse no escritório.
Meu horário de almoço é sempre mais longo do que se eu estivesse no escritório (afinal, além de comer, tenho que preparar).
A tarde sempre tenho que parar o que estiver fazendo, para fazer o Gustavo dormir, que elétrico do jeito que é, não relaxa com nada e ainda fica bravo quando a babá tenta niná-lo. E quando passa da hora da soneca, a irritação fica maior do que o sono e aí temos um serzinho quase insuportável em casa. Então por enquanto, a única fórmula que funciona aqui é peito+colo da mãe = soneca da tarde.
Muitas vezes é só depois das 3 da tarde que o meu cérebro começa a funcionar direito, esquecendo as obrigações domésticas e maternas e se concentrando nas obrigações profissionais. Mas aí o tempo que me resta do dia é pouco, muito pouco...

Além disto...

- tenho a minha própria cobrança, como se o fato de estar em casa, me obrigasse a render mais do que antes. Sempre tenho a impressão de que os olhares dos meus colegas estão voltados para o resultado do meu trabalho, para as coisas que estão sendo produzidas por aquela PRIVILEGIADA que mesmo depois de tantas regalias (sim, porque para muita gente, licença maternidade ainda é vista como regalia) e afastamentos, ainda pôde continuar trabalhando, e pior, em casa.

- tem a falta de prazer no trabalho. Acho o máximo quem pode dizer que gosta do que faz (Ju e Kel, vocês são minhas ídolas). Mas infelizmente, não é o meu caso. Eu trabalho pelo dinheiro.
Não sou consumista, não sou materialista, mas convenhamos, né gente? Nós vivemos numa sociedade capitalista e mesmo quem não admite, gosta ou gostaría de ter um salário bacana e fazer um bom pé de meia.

- tenho vontade de pesquisar e partir para outros projetos. Tenho um monte de idéias sobre coisas que eu gostaria de fazer da vida, negócios legais e que tem todo potencial para render algum dinheiro. Mas então falta o que pra chutar o balde e tentar? Coragem!

Cada vez que eu leio este post da minha amiga Gisele, dou um passo a mais em direção ao precipício.

domingo, 24 de abril de 2011

Sonecas

Já faz mais de uma semana que o Gustavo deixou de tirar a soneca da manhã. A princípio, fiquei meio preocupada, achei que poderia ser por causa da babá.  Achei que era excesso de estímulo, já que ela brinca e conversa com ele o tempo todo. E pensei que, se fosse por isto, neste feriado ele voltaria ao costume de dormir sua sonequinha de aproximadamente 1 hora, por volta das 10:30h.
Mas que nada. Quinta-feira quando ele demostrou sono e cansaço, eu o ninei, dei o peito, cantei, enfim fiz de tudo. Ele até fechou os olhos por alguns minutos, mas foi só eu me afastar que ele acordou. Isto se repetiu por mais umas duas ou três tentativas, até que eu vi que ele não queria mesmo dormir e desisti!

Então eu fui ver a tabela de sono do grupo "Soluções para noites sem choro" e vi que a partir de 12 meses, é comum que os bebês passem de 2 para 1 soneca por dia, com duração total máxima de 2 horas e meia.

Foi complicado entender isto, porque de uma hora pra outra, mesmo apresentando sinais que para mim, indicavam claramente que ele estava com sono, ele simplesmente se recusava a dormir.

Mas agora já sei  e não vou mais insistir na soneca da manhã, que além de tudo estava gerando um estress para ele e para nós.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

13 meses mais tarde...



10-04-2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

...

"Os pais gritam por falta de paciência, pela sensação de impotência, pelo medo de perder a autoridade, porque eles sentem a distância psicológica apesar da proximidade física com a criança.
Só que os gritos fazem com que percamos a autoridade. Se tivermos a razão, perdemos pela má educação.
Devemos acreditar que é possível educar sem gritos. Para fazer isso, temos de desenvolver nosso autocontrole. Não podemos ensinar as crianças a controlar suas emoções, se nós próprios não somos capazes disso."
Guilhermo Ballenato, autor do livro Educar sem gritar

"“Educar é o desafio de toda uma vida, é cansativo, dá trabalho, mas traz recompensas maravilhosas. Para trilhar por esse caminho, o primeiro passo é manter a calma e não levar a provocação da criança para o pessoal, ou seja, se sentir desrespeitado, abusado, ou achar que seu filho está fazendo você de bobo. Não é por aí. Aquele ser tão pequenino não tem noção que mexeu com o seu orgulho ou que o desafiou. Não caia nessa!”
Silvana Rabello, psicóloga e professora da Puc

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Monstro Interior: O Lado Oculto da Maternidade

Gente, um post copy and paste, com trechos interessantes, de uma reportagem da revista Crescer sobre o livro The Monster Within: The Hidden Side of Motherhood  de Barbara Almond,  que fala de sentimentos confusos sobre a maternidade.

"Ter filhos é maravilhoso e traz muitas alegrias. Mas não há mulher que escape de sentimentos confusos e mesmo negativos sobre a maternidade em algum momento."

"Todas nós queremos ser a melhor mãe do mundo, mas manter a calma e a serenidade em todos os momentos é praticamente impossível."

"as mães precisam aceitar que não vão amar seus filhos o tempo todo – e que isso é perfeitamente normal"

"tudo que é importante para você pode ser decepcionante, falhar ou acabar. Então, não é humanamente possível amar alguém ou algo o tempo todo e nunca ter sentimentos negativos. E isso é mais verdadeiro ainda quando se trata de filhos, porque há um conflito entre as necessidades das crianças e as dos adultos."

"não é realista esperar que você sempre, sempre, sempre vai ter paciência. Se você é realmente honesta consigo, vai ver que há momentos em que você preferiria tirar uma soneca, visitar um amigo, ir ao cinema. As mães não vão machucar seus filhos, matá-los, isso é muito raro. Elas só querem poder sentar por um minuto, colocar os pés para cima e relaxar."

"Mesmo as melhores mães do mundo têm momentos ruins. Talvez uma mãe que tenha apenas um filho, que não dê trabalho algum, não se sinta assim, mas não acontece com muita frequência. Porque nem sempre a mãe vai querer o que o bebê quer. E não há uma criança que nunca teve um dia ruim e jogou comida no chão. Se você encontrar uma eu gostaria muito de conhecer!"

"as mulheres estão tão interessadas em ser boas mães que qualquer coisa que fale sobre maternidade dá muito dinheiro. Por isso, infelizmente, há esse aspecto comercial também que reforça a necessidade de ser uma boa mãe. O padrão de criação dos filhos hoje é muito exigente e perfeccionista, tudo tem que ser extremamente correto. Não pode açúcar, não pode mamadeira, nada, e nem toda mulher é assim."

"“Ser capaz de tolerar os sentimentos de amor e ódio, que aparecem em momentos diferentes da nossa vida, sem que um sentimento destrua o outro, é um sinal de boa saúde mental. Negar ou suprimir qualquer um dos dois leva a relacionamentos desgastados e rígidos, nos quais a pessoa não vive sua realidade emocional por completo.”"

"A criança precisa tanto do pai quanto da mãe, de maneiras diferentes, mas igualmente importantes. O marido não ajuda se ignorar algo que poderia fazer. Também não ajuda se ele interfere e entra em conflito com a mãe quando ela está administrando bem as coisas. O melhor que ele faz é tentar ajudar quando ela perde o controle, ou está muito chateada, irritada e exausta. Pais maduros e inteligentes, que se entendem, permitem que o outro tome as rédeas na situação algumas vezes."

"Enquanto os filhos faziam uma cabana em vez de arrumar o quarto e pentear o cabelo, a mãe, que tentava colocar tudo em ordem para o almoço em família, se transformava em um ser verde e descabelado."
A matéria completa está aqui.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

U2

Sábado fui no show do U2 com o meu marido e uma amiga minha!
Embora eu goste da banda, das músicas, do engajamento político e social do Bono e coisa e tal, eu passo longe de ser fã, no sentido mais radical da palavra. Aliás eu nunca nutri idolatria por nenhum artista, nem na minha adolescência.
No entanto, as circustâncias estavam bem favoráveis para eu curtir uma noite de "balada" como disse o próprio Bono durante o show. E eu gostei!

Deixamos tudo arrumado para o Gu ficar com a minha sogra e saímos de Sorocaba por volta de 13:00h.
Deixamos o carro no shopping perto do Morumbi (o preço do estacionamento foi uma fortuna, mas enfim...), almoçamos e seguimos para o estádio. Quando chegamos lá, por volta de 16:00h, os portões já estavam abertos e a fila para entrar na pista (para onde compramos os ingressos) já tinha começado a andar, mas ainda estava estava gigante.

Pausa para uma crítica: na entrada do estádio, a revista foi praticamente inexistente. Apenas dois dias depois do fato lamentável ocorrido no Rio, eu, em alguns momentos, no meio daquela multidão dentro do estádio, não pude deixar de pensar no que isto poderia resultar.

Gigante também era o palco. Um espetáculo a parte, mesmo antes de ver tudo o que ele poderia proporcionar em termos de efeitos visuais.

Entramos, sentamos, esperamos, comemos, cansamos, levantamos, alongamos, e por volta de 19:00h, o alvoroço de alguns fez todo mundo ficar em pé, pra não sentar mais. Um trio chamado Muse (alguém já tinha ouvido falar deles?) fez o show de abertura. Para os meus ouvidos, beirou o insuportável. Mas surpreendentemente muita gente que estava ao nosso redor, não só conhecia a banda, como cantou junto com eles, boa parte das "músicas" (oi?).

Sobre o U2 e o show, é difícil definir. É uma mistura de talento, super produção, empatia, profissionalismo, emoção, envolvimento, carisma, rock, romantismo, política, sensibilidade, sensualidade e acima de tudo, de entrega. Só estando presente para entender.

Quanto ao Gu, a minha grande preocupação era a primeira vez que ele acordasse na madrugada (porque nesta circustância, ele só volta a dormir no peito).
E conforme previsto, minha sogra ligou pra gente à 1 da manhã, quando a gente já estava a caminho de casa, dizendo que ele tinha acordado e que estava chorando e não queria mais dormir. Mas quando chegamos na casa dela (uma hora mais tarde), ele já estava dormindo de novo. Fomos todos pra casa e o resto da noite foi tranquila.
Eu já tinha ficado longe dele por um dia, quando voltei a trabalhar, mas isto não foi por opção, eu tinha que ir!
Desta vez foi diferente. Foi escolha minha. Titubiei por algum tempo, mas decidi ir e acho que valeu a pena.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

OFF

Você se comove quando ouve uma manchete de um assalto que terminou em morte?
Você se emociona quando ouve que a polícia subiu um morro e que na "operação" alguns moradores foram mortos?

Eu não me emociono mais!

No máximo fico indignada quando o crime é cometido por pessoas da própria família ou por gente que a vítima conhecia. Me comovo também quando é crime de notoriedade nacional, mas aí, né gente, a imprensa é tão maçante, que ou você chora de raiva, porque ninguém mais fala de outra coisa, ou de pena da família, que além da dor do momento, está tendo a vida incansavelmente exposta.

Mas eu não me emociono, não é porque sou uma pessoa sem coração e que não está nem aí se a pessoa do morro que morreu é gente do bem ou não.

É que na verdade, nós estamos tão habituados a ouvir falar de assassinatos, chacinas, estupros e outras coisas bizarras que o ser humano é capaz de cometer, que na maioria das vezes, tais notícias não nos causam mais tanta estranheza. A gente ouve, acha que não tá certo e pronto. Sem comoção e sem muitos questionamentos.
Neste hall das coisas bizarras, entra a ganância e o desvio de dinheiro público, que resulta no assassinato indireto de tanta gente que fica sem atendimento nos hospitais deste Brasil afora.

Mas estar habituado a tanto horror é muito triste.
E eu me permito ser "fraca" e me sensibilizar de vez em quando.

Duas coisas recentes me fizeram chorar pensando na dor alheia e na falta de humanidade que nos cerca.

A primeira foi uma denúncia que vi sábado passado, sobre a saúde pública que já é um assunto recorrente, destes que a gente já não dá mais tanta bola.
Mas quando eu vi esta reportagem no JN, eu estava sozinha com o Gustavo e em um trecho do vídeo mostraram uma menina de 1 ano e 3 meses, dentro de um hospital do Pará. Ela estava lá há 4 dias e estava com nítida dificuldade de respirar. Só isto já era de cortar o coração. Quando a situação ficou bem grave, tentaram improvisar um leito, porque advinhem? Não tinha vaga na UTI infantil.
Mas segundo a reportagem, não deu tempo. A menina morreu alguns minutos depois.
Eu abracei o Gustavo e chorei compulsivamente, pensando no sofrimento da menina e na dor da mãe.

A outra foi hoje, ao pensar nos pais que deixaram seus filhos na escola e não vão mais vê-los.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Prós e contras

Ontem foi o primeiro dia da babá aqui em casa. E como em tudo na vida, teve coisas boas e ruins. Mas muito mais coisas boas, confesso.

O top das coisas boas: Gustavo se jogou nos braços dela no primeiro momento, e no segundo, e no terceiro e o dia inteiro. Como ele é o maior interessado no assunto, isto foi um ótimo começo.

O top das coisas ruins: pitaco sobre amamentação. Disse que vai me ensinar truques para desmamá-lo. E quem foi que disse que eu quero? Mas como eu não estou em condições de me apegar a pormenores e um pitaquinho aqui outro ali, não vai me fazer mudar de opinião, eu não vou me preocupar com isto!
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