quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Porque fácil mesmo é ser mãe do filho dos outros

Antes de ter o meu filho eu "achava" um monte de coisas.

- Achava que quem queria ter parto normal e não conseguia era por fraqueza
- Achava que quem não amamentava no peito, sempre dava desculpa esfarrapada
- Achava desnecessário dar chupeta
- Achava que criança birrenta era falta de educação por parte dos pais
- Achava cama compartilhada o fim da picada

E por aí vai...

Daí que o Gustavo nasceu! E eu entendi melhor um monte de coisas. Inclusive que eu era uma baita de uma preconceituosa e julgava sem ter conhecimento de causa. Sobre os preconceitos que citei acima, hoje tenho a dizer que:

-O parto normal é um parto mesmo. Muito mais pela cultura da cesárea que toma conta da classe médica do que pela dor do parto em si. Mas este assunto já foi muito bem explorado pela Paloma aqui.

-Passei por poucas e boas no início da amamentação, coisas que quase me fizeram desistir e então entendi muito bem porque isto acontece com bastante frequência.

- Existem crianças calmas e existem crianças agitadas. O Gustavo entra mais na segunda categoria e hoje chupa chupeta, que em inglês se chama PACIFIER, não por acaso.

- Para desespero do pai, que ainda acha isto horroroso, o Gustavo se joga pra trás por qualquer coisa. Às vezes até por brincadeira. Este é um gesto que entrava fácil na lista das birras.

Mas o assunto de hoje é mesmo sobre a cama compartilhada.

O Gustavo ainda acorda varias vezes durante a noite. Não acredito que seja fome. Ele simplesmente acorda e não consegue voltar a dormir sozinho e precisa do peito para adormecer de novo. Ou seja eu tenho que me levantar varias vezes.

Quando o Carlos veio para os Estados Unidos, estávamos em pleno inverno no Brasil e eu fiquei 50 dias sozinha com o Gustavo. Nos primeiros dias, ainda mantive o comportamento de levantar-pegá-lo no berço-amamentar-colocá-lo no berço de novo.

Mas com o frio e a minha cama vazia, passei a levá-lo para a minha cama. E foi um sucesso! Eu descansava muito mais, já que não precisava me levantar nem esperar ele dormir de novo para eu dormir também. Muitas vezes acho que eu adormeci antes dele, que ficava no peito até quando queria e quando eu acordava, ele já estava de lado, no seu cantinho.
Neste período, percebi que ele acordava menos vezes.

Quando chegamos no Texas, ele ficou agitado com todas as mudanças e voltou a acordar muitas vezes. Lá ele dormia no chão ao lado da nossa cama, e eu acostumada que estava com um sono um pouco mais continuo, na primeira vez que eu descia da cama para amamentá-lo, eu acabava ficando por lá mesmo o resto da noite.

Aqui na Califórnia, nós compramos um bercinho portátil pra ele. Mas além das novas mudanças (o clima mais frio trouxe para o Gu, um resfriadinho, noites de nariz entupido e tosse), os dentinhos de cima estão nascendo, resultando em manhas e choros. Como a cama daqui é king size e comporta nós três com folga, tenho levado ele para a nossa cama no primeiro despertar da madrugada e ele acaba dormindo com a gente o resto da noite.

Ainda posso morder a língua pelo que vou dizer, mas eu não acho que o Gustavo está se acostumando com a cama compartilhada. Acho que se eu decidir colocá-lo no berço todas as vezes que ele acordar, ele ficará bem. O problema é que eu sim, estou completamente acostumada em não ter que me levantar e não estou com vontade nenhuma de mudar isto por enquanto.

E que atire a primeira pedra, quem nunca "criou" o filho dos outros de um jeito e agora com os próprios filhos, faz exatamente aquilo que julgava errado e prejudicial.

12 comentários:

Camila disse...

Pois é, ser mãe do filho dos outros é beeeeem mais fácil mesmo. E, vem cá, tem coisa mais gosotosa do que dormir e acordar junto com filho??? Aproveita enquanto ele ainda quer....
Bjos,
Camila
www.mamaetaocupada.blogspot.com

Lia disse...

Não tenho nada contra a cama compartilhada, nem contra a cama des-compartilhada. Acho que cada família tem de ver o que é melhor no seu caso. Eu só não adotei essa aqui em casa porque nossa cama é pequena, a Emília rola demais e ninguém dorme. O melhor arranjo é aquele em que todos descansam mais, pode crer!
Quanto ao Gu se acostumar, acredito que seu feeling esteja correto. Eles são pequenos, se adaptam fácil, e uma hora gritam por independência e vão sozinhos pros seus quartos. Já nós, aí é dureza!

Paloma Varón disse...

Fabi, amei o post!
Se a cama é grande e vc fica mais descansada assim, não vejo por que não fazê-lo. Eu não pratico, mas deixei de ter ptreconceito com isso (sim, eu também tinha).
Beijos

Nutrição & Cia disse...

Oi Fabi, não dá mesmo pra atirar a pedra, pois acredito eu, que em algum momento da vidinha inicial dos nossos pequenos a gente acaba ficando exausta e coloca eles na cama sim. Teve um momento aqui em casa que ela chorava no berço eu pegava ela e colocava na cama e pronto. Dormiamos todos felizes. Depois tive a doce idéia de passa-la pra cama e foi sucesso. Acho que ela tava se sentindo grande pro berço, sei lá. Vi o outro post e que delicia estão as coisas por ai heim. Bjs

Fernanda Lucas disse...

Concordo em genero, numero e grau!!!
Bjos

Fabiola disse...

Fabi,
Concordo com vc!!! criar o filho dos outros é muito mais fácil.. quando se trata dos nossos, a gente pena, né?? :)
BJs!

Juliana disse...

Pois é Fabi, quem de nós não fez julgamentos e críticas sem conhecer REALMENTE o assunto. Eu passei os primeiros meses só mordendo a língua e me envergonhando dos preconceitos que tinha. Ser mãe é um aprendizado contínuo. Joguei fora as primeiras chupetas que ganhei. Hoje, as colocaria num altar se pudesse. Cama compartilhada não fiz pq a Carol dorme muito mal quando tentamos, mas se fosse bom pra nós 3 faria sem a menos culpa. Um beijão pra ti.

Lia disse...

Sabe que a Emília também às vezes dá um trabalhinho pra trocar a fralda? Não quer ficar deitada... Lembro uma vez você disse que o Gu era bravo. Os bebês têm mesmo personalidade própria. Como a Emília costuma ser bem dócil, normalmente eu consigo distrai-la com alguma brincadeira (tipo morder a barriga) e tornar a troca bem divertida. Mas às vezes não dá, né, e a saída é fazer o que tem de ser feito o mais rápido possível.
Bjos
P.S.: Vi que sou a maior comentadora do seu blog!! Ê!!

Renata disse...

Nossa, ótimo post. Eu era a melhor do mundo pra criar filhos dos outros. Era cheia de razões e verdades e agora cai tudo na testa! hehehe
beijos

Dani, a Mãe da Flor disse...

É verdade!!
Depois que temos os nossos filhos que vemos que a coisa é muito mais complexa do que parece...
Não acho que tenha problema, faça o melhor para seu filho!!!
Amei seu blog!!
Fiz um para minha filha tb!! Dá uma passadinha lá e comente!!!
Beijocas!!

Sarah disse...

Ótimo post Fabi! Também pensava muitas coisas de uma forma antes do Bento nascer e, depois, várias delas mudaram. Concordo 100% sobre a birra, também achava que era falta de pulso dos pais e tal. Hoje vejo que não é beeem assim...
Sobre a cama compartilhada, penso igualzinho a você. Achava um mimo, coisa de pais cedendo às manhas das crianças... Que nada!! Também comecei a ficar exausta de tanto dorme-acorda-levanta-deita até que levei Bento pra minha cama. Hoje ele dorme no bercinho no quarto dele mas ainda acorda à noite. Nessas situações, se demora a dormir de novo, das duas uma: ou levo pra minha cama ou deito com ele numa cama de solteiro que tem no quarto dele (ótima dica aliás, pq depois vc coloca a criança de volta no berço sem sair do quarto dele, além de poder deitar tbm).
Ah, sobre o antialérgico que deu reação no Bento, foi Decongex Plus. É bem receitado para crianças, mas pro Bento não deu certo, deu efeito contrário...
bjos!

Sarah disse...

Eu de novo! Tava atrasada nos blogs, tô lendo vários dos seus posts de uma vez e só agora vi que vcs se mudaram para a Califórnia! Em qual cidade vcs estão? Eu morei em Sta Barbara e Sta Monica, e o mais engraçado é que era essa mesma época do ano - fui em agosto e voltei no final de outubro!! kkkkkk!!
bjos

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