sexta-feira, 27 de abril de 2012

O nascimento da Graziela - parte 1

Na gravidez do Gustavo descobrimos que não bastava querer, para se ter um parto natural. Era preciso correr atrás! Passamos por varios perrengues e acabei tendo um parto vaginal, inesperadamente assistido por um plantonista que, por sorte minha, não quis fazer uma cesárea, mas me submeteu a todo o pacote de intervenções tradicionais.

Chegamos a cogitar o parto domiciliar, mas na época, a única opção de assistência a este tipo de parto aqui em Sorocaba, não estaria na cidade na DPP.

E depois de passar pela experiência de parir no hospital, tive a certeza de que numa próxima vez, não era aquilo que eu queria pra mim e para o meu bebê.

E assim, desde o início desta gravidez, estava decidido que teríamos nosso bebê em casa!

***

No domingo dia 08, acordei me sentindo diferente. Levantei da cama e senti algo diferente no quadril. Parecia um peso extra. Comentei sobre isto com a minha mãe, que já estava em nossa casa.

Meu primeiro desejo para este parto - que ela estivesse presente no nascimento da neta - começou a se realizar quando ela decidiu vir antes da segunda-feira, como estava previamente planejado.

Brinquei bastante com o Gustavo de manhã e sem ter sentido nenhuma contração, comentei com a minha mãe que o almoço em família que tínhamos planejado, poderia não acontecer. No entanto o dia seguiu normalmente. Fizemos o almoço, meus sogros, cunhados e sobrinho vieram aqui, os meninos brincaram juntos e a tarde, quando todos já tinham ido embora, ficamos eu e minha mãe papeando enquanto eu fazia as minhas unhas (eu sabia que meu encontro com a minha filha estava próximo de acontecer e queria estar bonita para recebê-la). Depois tomei banho e me arrumei porque ela queria ir na igreja, assistir a missa. Como eu não sei os horários, saímos de casa cedo, por volta das 18:00h. O Gustavo ficou em casa com o pai. Chegando lá, descobrimos que a missa só começaria às 19:30h e apesar de ser muito perto da minha casa, decidimos esperar por lá mesmo. Na igreja comecei a ter cólicas muito sutis. E mesmo sendo contrações bem discretas, minha mãe foi perguntar se o padre nos daria uma benção antes da missa começar, porque podia ser que não ficássemos para assistir a missa toda. Achei meio exagerado, mas concordei.
Ela conversou com tanta gente que trabalha na igreja, que em pouco tempo, todos sabiam que havia uma grávida prestes a parir (ainda que eu não acreditasse que seria tão breve assim).

A igreja foi ficando cheia e pouco antes do começo da celebração, o padre veio até nós para me abençoar, abençoar minha barriga e o meu parto.

No decorrer da missa, as contrações deixaram de ser tímidas cólicas, mas ainda estavam muito suaves, espaçadas e irregulares. A celebração foi linda! Me emocionei com músicas que eu adorava, do tempo em que eu fazia preparação para a 1a comunhão! Apesar da evolução das contrações, ficamos até o final. Me fez muito bem aquelas horas que passamos lá!

Chegamos em casa por volta das 21:00h. O Carlos já estava com o Gu no quarto, no processo de dormir. Eu e minha mãe jantamos (comi bem mais do que costumo comer normalmente) e sentamos para ver TV. As contrações estavam ritmadas. Minha casa é um sobrado, e às 21:47h (todos os horários exatos que vou mencionar ficaram registrados no meu celular ou nas mensagens pelo facebook) subi para pegar o carregador do celular que já estava quase sem bateria. Do meu quarto mesmo mandei uma mensagem para a Carla, minha amiga e doula, dizendo "Acho que a brincadeira está começando...". Ela me ligou pra saber mais detalhes e eu disse que ainda estava tranquilo, que não era necessário ela vir naquele momento, que eu só estava avisando, pra ela ficar mais ou menos preparada.

Às 22:12h, pelo facebook, mandei a primeira mensagem para parteira que nos assistiria. Contei que as contrações já tinham começado, mas que ainda dava pra descansar entre elas. Ela perguntou sobre o tampão, eu respondi que ainda não tinha nenhum outro sinal, além das próprias contrações.
Também avisei a Kelly, que viria para registrar tudo em fotos e vídeos.

Voltei para a sala e fiquei por lá mais algum tempo. As contrações começaram a ficar doloridas e resolvi tomar um banho para amenizar a dor e ver se era verdade ou alarme falso..

Quando terminei de subir as escadas, tive uma contração muito forte, me ajoelhei no chão e assim que passou, chamei o meu marido, mas enquanto ele subia a escada, tive outra. Nem esperei ele chegar, e gritei que era pra ele trazer meu celular.

De repente as contrações ficaram muito fortes e muito próximas uma da outra. Adiei o banho e fui escrever para a parteira de novo.  Era 23:35h. Durante a nossa conversa, tive outras contrações fortes e comecei a sangrar muito. Falei pra ela que estava com vontade de ficar no banheiro o tempo todo e que o tampão estava saindo. Às 23:45h ela finalizou dizendo que iria tomar uma ducha, juntar as coisas e sair (detalhe que ela mora em São Paulo). Às 23:48h liguei para a Carla e entre um urro e outro, pedi pra ela vir. Depois falei com a Kelly, que já tinha providenciando um teto para os filhos delas ficarem naquela madrugada.

Logo em seguida entrei no chuveiro. As contrações estavam muito fortes e eu já sentia vontade de fazer força! A dor era muito intensa e a água quente não estava mais resolvendo. Mesmo assim fiquei no chuveiro e o Carlos e minha mãe ficaram comigo no banheiro. Eu achei que estava sangrando bastante e falei pela primeira vez que estava com muito medo de não dar tempo da parteira chegar. Pedi para o Carlos ligar pra ela. Isto foi às 00:06h. Fazia pouco mais de 20 minutos que eu tinha falado com ela pelo facebook, mas as dores estavam tão fortes, o sangramento tão intenso (na minha percepção) e a vontade de fazer força era tanta, que me bateu um certo desespero. Eu não estava preparada para ter um parto desassistido. Pelo telefone falei que eu estava com medo dela não chegar e ela disse que estava saindo!

Continua...

6 comentários:

Marina disse...

Tô aqui acompanhando! :)

Anna disse...

tô também acompanhando...

grande beijo pra vocês!

Kelly Resende disse...

Ai, que nervoso! Aguardando cenas do proximo capitulo. rss
Beijos

Amor de Mãe disse...

Amiga bateu um certo desespero rsrs, mas estamos aqui esperando o final da sua história linda ;D

Lia disse...

É assim: a primípara sai correndo pro hospital e fica lá com 2cm e cara de pastel. A segundípara fica naquela "tá cedo, tá cedo", e quando vê tá quase parindo sozinha!! ahaha! Ixe, minha parteira já chegou várias vezes só pra clampear o cordão. Quem planeja PD fica tão tranquila que acaba demorando a chamar a equipe. Eu não tive tempo de encher a banheira.
ui, curiosa pela segunda parte! Será que a parteira vai chegar??? tchannanananan

Lu Azevedo disse...

Ah, mas assim nao vale! To curiosa pra saber da melhor parte!

E a Graziela, como vai? E o Gu? Bom, to perguntando, mas não precisa responder, sei a loucura q são as primeiras semanas (meses? anos?). Rsrs

Beijos

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